terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fazendeiros destroem aldeia e expulsam indígenas Guarani Kaiowá em MS

Fazendeiros da região de Iguatemi, em Mato Grosso do Sul, atacaram violentamente mais de 125 famílias de indígenas Guarani Kaiowá, que haviam retomado  suas terras tradicionais no último dia 9 de agosto e estabelecido no local a aldeia Pyelito Kue /Mbarakay.

Desde a ocupação da região os indígenas têm sido vítimas de terror constante por parte dos empregados das fazendas, que durante a noite circundavam as barracas  e atiravam para o alto além de ameaçarem as pessoas, inclusive idosos e crianças. No último dia 23 de agosto  houve um confronto e os indígenas foram atacados pela primeira vez resultando em diversos líderes  feridos, sendo que os indígenas Silvio Benites, Luiz Velario, Ramão Fernandes e o idoso Arturo Fernandes, de 78 anos, ficaram gravemente feridos.
Na noite desta segunda-feira, dia 5, os fazendeiros, fortemente armados, voltaram novamente ao local e expulsaram com extrema violência aqueles que ainda resistiam destruindo todas as barracas e expulsando os indígenas  para a margem de um rio próximo a uma estrada da região. Cerca de 50 lideranças continuam no local sob risco de serem novamente agredidas.
Os Guarani Kaiowá entraram em contato com a coordenação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI),  responsável pela área, mas tiveram resposta de que a instituição não dispunha de carro e combustível para irem ao local prestar assistência aos índios, que além das agressões sofrem com  a falta de alimentos e assistência médica.
Os indígenas  também procurararam o Procurador da República,  Marco Antonio Delfino, o qual afirmou que solicitaria apoio da polícia para impedir os ataques dos fazendeiros. Ate o final da tarde desta terça-feira não havia nenhum sinal de ajuda.
A Aty Gussu, a Articulação dos Povos indígenas do Brasil (APIB) e demais organizações indígenas estão monitorando a situação  e  exigem providências  urgentes  da FUNAI, Ministério Pública e outras autoridades responsáveis,  para que mais uma tragédia não se repita em Mato Grosso do Sul.

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